quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pedro's Diaries (ultimas folhas)

13 de Abril de 2011
Os dias assim têm passado. Sempre na mesma fase. Olham-me na rua com olhares penetrantes e severos, como se tivesse cometido algum crime. Mas que crime?
Tentei ser feliz mas parece que nunca verei esse dia...
Noto que me desprezam ao máximo e depois... perguntam o que tenho. Também sinto que se eu cair ninguém irá dar pela queda, nem vão se importar que fique ali a morrer. Mas se for outra pessoa, uma cujos olhares são amistosos, talvez mandem vir um exército para proteger essa outra pessoa...
São estas as últimas páginas... Não há espaço para mais. A minha tosse piora, dia após dia, como se vomitasse a alma. Porque é que eu sinto que a maldade dos outros tem recompensa? Eu só pedi uma coisa, a morte! Já estou farto disto, farto de me sentir que não há saída, farto de me sentir que a minha vida vai acabar com o ''Todos viveram felizes para sempre''. Dizem-me todos que ele irá chegar, mas quando? No meu último dia de vida? Eu agora que pensava que tudo iria acabar bem...
Sinto-me preso. Durante a noite tranco-me no meu quarto com medo dos mesmos vultos que descrevi no principio de 2010. Irónico, não? Acabar como comecei... E todos me dizem para não desistir e até já tenho medo de publicar coisas no Luso Poemas ou no Facebook porque... parece que me repreendem com esta angústia que não consigo tirar.
Eu devia ter arriscado no inicio. Devia ter matado centenas de pessoas, ser rebelde como o destino! Assim talvez podia ter uma melhor sorte. Todos agora receberam o seu ''felizes para sempre'' e o meu? Talvez desisti dele por saber que se errar mais eu perco-o mais.
Quando eu chorei ou quando ainda choro, ninguém me segura! Dizem-me para deixar de fazer caras estranhas, parar de escrever coisas deprimentes. E tudo porque em público eu sorrio, rio-me, solto gargalhadas estridentes e irritantes, isto é o maior defeito de um actor... Mas por mais que esteja acessível a todos, embora me canse com facilidade e caio devagar, nunca ninguém virá por mim, porque, simplesmente eu pertenço ao mundo das ''Marianas'' que dão tudo e não têm nada.
As últimas linhas...
Vou morrer como nasci, sem darem importância. Só tenho as minhas histórias ridículas que contam histórias de amor, princesas escocesas que magicamente salvam o mundo e velhas que atingiram a imortalidade... Mas essas histórias mostram todas as minhas fases, assim como este diário que se extinguiu como uma chama branca que se perdeu em tantas outras pretas...

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