sábado, 5 de fevereiro de 2011

Na Morte de um Novo Amor

'' Este poema não marcou a Morte mas sim o Nascimento quando o escrevi! Na minha opinião é um dos meus melhores poemas. Finalmente posso dizer que está Morto''

Espero agora que o tempo
Depressa possa passar
Eu quero que esse vento
Ouça-me e possa parar

Em exílio fiquei
Longe de ti, amor
Do sim, já não sei
E do não sou a favor

Sou poeta em prosa
Sou verso inacabado
Sou rebento de uma rosa
Sou o irmão de um cardo

Sou tristeza em desespero
Sou alegria infeliz
Sou o azul sincero
Esperando pelo vermelho que fiz

E o tempo não passa
E a tristeza não se apaga
E a caneta que me laça
Tende a tornar-se em praga

Ai por te querer tanto
O silêncio é a dor
No choro do meu pranto
Na morte de um novo amor

Na lágrima recôndita
No medo de te dizer
Essa verdade insólita
De te querer e não poder

No momento de te dizer
No futuro já passado
No meu envelhecer
No meu triste, triste fado

Amargura inquieta
Paixão sem calor
Por ti, mataria-me com uma seta
Mas não espero por teu amor

Ó voz presa em pedra
Ó fortuna da pobreza
Ó mágoa da minha perda
Perdi toda a certeza

Ó vento, vento pára
Pára de tentar curar
Essa ferida que não sara
E o tempo a passar

Ó areias que me afogam
Afogam a minha dor
Pois por mim, já não choram
Na morte de um novo amor

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